É preciso integrar essas três dimensões de forma estratégica e com investimentos contínuos para impulsionar a inovação e o desenvolvimento sustentável do país e melhorar a qualidade de vida da população
É preciso integrar essas três dimensões de forma estratégica e com investimentos contínuos para impulsionar a inovação e o desenvolvimento sustentável do país e melhorar a qualidade de vida da população
CRÉDITO: IMAGEM ADOBESTOCK

Atualmente, observa-se, por parte de diversos agentes financiadores – tanto governamentais quanto privados – uma tendência à supervalorização da inovação tecnológica em detrimento da ciência, subestimando o papel fundamental que a pesquisa científica desempenha no próprio processo de inovação. A ciência é a base sobre a qual toda inovação sólida se constrói. A pesquisa científica segue um processo sistemático, conduzido com métodos rigorosos, observação crítica, formulação de hipóteses, experimentação controlada e análise cuidadosa de dados. Por meio desse processo, gera-se conhecimento sobre os fenômenos naturais e sociais, possibilitando a criação de soluções com alto valor agregado.
O desenvolvimento de vírus ‘artificiais’, por exemplo – trabalho realizado por meu grupo de pesquisa –, depende da compreensão das propriedades biológicas e moleculares dos vírus e é uma poderosa ferramenta na geração de vacinas, testes diagnósticos e medicamentos antivirais. Esse elo entre ciência básica e aplicação prática sustenta o avanço da biotecnologia e contribui para o enfrentamento de desafios sanitários no Brasil e no mundo.
Nas ciências da vida, a inovação tecnológica é reconhecida como vetor estruturante para o progresso em saúde e outras áreas estratégicas, contribuindo diretamente para o desenvolvimento e o bem-estar socioeconômico da população.
Mas, de modo geral, o caminho rumo a soluções tecnológicas eficazes – inclusive as baseadas em biotecnologia – ainda enfrenta obstáculos significativos no Brasil. Entre os principais desafios, destaca-se a carência de investimentos contínuos e estruturados em ciência, tecnologia e inovação. Soma-se a isso a baixa valorização da pesquisa básica, que compromete a capacidade nacional de gerar conhecimento novo e, a partir dele, desenvolver tecnologias próprias. Investir nessa área, portanto, não é um luxo, mas uma necessidade estratégica para qualquer país que deseje crescer com autonomia, equidade e resiliência.
Outro fator essencial é a consolidação de um sistema educacional robusto, capaz de oferecer a todos os cidadãos uma formação crítica, criativa e de alta qualidade. É urgente também que o Brasil adote políticas que fortaleçam o sistema educacional de forma ampla, estruturada e duradoura. Nesse processo, é fundamental apoiar a formação e valorização de docentes, bem como o suporte a estudantes e suas famílias, especialmente em contextos de vulnerabilidade social. A redução das desigualdades deve ser um princípio central de qualquer política educacional. A educação é o alicerce sobre o qual se constrói uma sociedade mais justa, inovadora, competitiva e capaz de melhorar as condições de vida da população.
Medidas como essas têm o potencial de formar um contingente significativo de profissionais altamente qualificados, oriundos de instituições de ensino superior e programas de pós-graduação. É amplamente reconhecido que a educação de excelência nessas instituições está positivamente associada à geração de conhecimento, inovação e crescimento econômico, promovendo, por exemplo, a colaboração com a indústria, a geração de patentes e o avanço de tecnologias inovadoras.
Profissionais qualificados serão essenciais para a condução de pesquisas científicas e tecnológicas de ponta, liderando abordagens inovadoras e disruptivas com alto potencial de retorno para a sociedade.
Não por acaso, países do Sudeste Asiático alcançaram avanços extraordinários em poucas décadas ao priorizarem a educação – desde os níveis mais básicos até o ensino superior. Uma base educacional sólida, aliada a investimentos robustos e contínuos em ciência e tecnologia, permitiu a essas nações alcançar excelência em pesquisa, inovação e desenvolvimento econômico. Essa experiência evidencia que a educação deve ser o ponto de partida para a construção de uma sociedade mais justa, capaz de inovar, competir globalmente e elevar a qualidade de vida de sua população.
Não é possível dissociar ciência, educação e tecnologia quando se trata do progresso de um país e do bem-estar social. Essas três dimensões formam um tripé essencial para o desenvolvimento com autonomia, a redução das desigualdades e a promoção da justiça social. Quando integradas de forma estratégica, impulsionam não apenas o avanço científico e tecnológico, mas também a qualidade de vida da população e a sustentabilidade do desenvolvimento.
Ciência, educação e tecnologia formam um tripé essencial para o desenvolvimento com autonomia, a redução das desigualdades e a promoção da justiça social
Adquirido em leilão por um empresário norte-americano e emprestado para exposição no Museu Americano de História Natural, o esqueleto de um dos estegossauros mais completos do mundo reacendeu a polêmica sobre a compra e venda de fósseis
Diante da ameaça de um mundo devastado pela extração desenfreada de recursos naturais, como o cenário dos filmes Mad Max, o reaproveitamento de um resíduo da produção de aço se destaca como alternativa sustentável para a infraestrutura ferroviária
Os avanços tecnológicos, aliados ao compromisso com a sustentabilidade e a equidade, podem fazer da medicina laboratorial uma importante base para a construção de um sistema de saúde mais inteligente, eficiente e justo socialmente
A coleta de informações consistentes e padronizadas na área da saúde é um desafio para o uso de computadores na geração de modelos preditivos confiáveis capazes de acelerar o desenvolvimento e melhorar a eficácia de tratamentos e diagnósticos de doenças
Valorizar a colaboração entre as várias áreas do conhecimento durante a formação de pesquisadores e promover a interação entre grupos de pesquisa, governo e indústria é essencial para que a atividade científica se converta em benefícios para a população
A cooperação entre o governo, a iniciativa privada e a academia é fundamental para impulsionar a produção nacional de insumos farmacêuticos e o desenvolvimento de novos medicamentos, especialmente para doenças de populações negligenciadas e doenças raras
O desenvolvimento e o uso de ferramentas computacionais capazes de analisar grandes quantidades de dados de saúde para aplicação em medicina de precisão têm sido cada vez maiores, permitindo aprimorar o diagnóstico e a terapêutica de doenças
O uso massivo de antibióticos na medicina e na veterinária vem direcionando a evolução e impulsionando a resistência antimicrobiana em bactérias, tornando-se mais uma evidência das alterações provocadas pelas ações humanas no planeta
O avanço das tecnologias digitais e da conectividade tem promovido maior alcance e precisão das práticas de cuidado individuais e tem permitido o processamento e a análise de grandes volumes de dados epidemiológicos no campo da saúde coletiva
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