Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução
Universidade Federal de Goiás
Departamento de Ecologia
Universidade Federal de Goiás
Instituto de Biociências
Universidade Federal de Jataí (GO)
Departamento de Sistemática e Ecologia
Universidade Federal da Paraíba

Mais da metade da nomenclatura científica atribuída a anfíbios, répteis, aves e mamíferos já foi invalidada por não corresponder de fato a uma nova espécie. A correta identificação é crucial para orientar pesquisas e estratégias de conservação

“O que há num nome?” – questionava o escritor inglês William Shakespeare (1564-1616) em Romeu e Julieta, sugerindo que a essência das coisas independe de suas denominações. Mas, quando se trata de biodiversidade, os nomes vão além de simples rótulos: eles carregam informações cruciais sobre a identidade das espécies e suas características, orientam a pesquisa científica e suportam estratégias de conservação. 

Quando mencionamos nomes como onça-pintada, jacaré-de-papo-amarelo, coronavírus ou mandacarus, estamos lidando com mais do que palavras familiares. Esses nomes comuns evocam imediatamente uma série de informações: sabemos que o primeiro se refere a um mamífero majestoso; o segundo, a um réptil intimidador; o terceiro, a um vírus perigoso; e o último, a plantas suculentas, que podem resistir a secas prolongadas.

Nomes comuns são bem diferentes de nomes científicos. O nome científico de uma espécie é único e se refere a um grupo de organismos com potencial para cruzar entre si e produzir descendentes férteis. Além disso, ele é composto por duas palavras: primeiro o gênero e depois o epíteto específico, formando um binômio. Por exemplo, a onça-pintada pertence à espécie Panthera onca (figura 1A).

Figura 1. A onça-pintada (Panthera onca, A) e o teiú (Salvator merianae, B) são exemplos de como os nomes são importantes no contexto científico. Eles trazem informações cruciais sobre a identidade das espécies e suas características, orientam pesquisas e fomentam estratégias de conservação

CRÉDITO: WIKIMEDIA COMMONS

Já os nomes comuns podem variar ao longo da área de ocorrência de uma espécie. Diferentes povos usam nomes distintos para um mesmo organismo. A espécie de lagarto Salvator merianae possui pelo menos 21 nomes comuns, como ‘teiú’, ‘teju’ e ‘lagarto-marau’ (figura 1B). Além disso, um mesmo nome comum pode ser atribuído a espécies distintas, como ocorre com certos répteis chamados de cobra-de-duas-cabeças.

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