Essa pergunta pode ser dividida em duas. Os motivos de a Lua estar ‘colorida’ ou branca no céu e de parecer ser maior ou menor são diferentes. Mas, realmente, a Lua, logo após nascer ou um pouco antes de se pôr, aparece no céu grande e avermelhada e quando está mais alta, menor e esbranquiçada.
Vamos responder primeiro o porquê de ela ter uma coloração avermelhada. Quando observamos um astro no horizonte – não apenas a Lua –, a luz que nos chega dele atravessa uma massa de ar da atmosfera bem maior do que quando ele está alto no céu, sendo, por isso, mais absorvida. Essa absorção é menos intensa para a cor vermelha, deixando a Lua ou qualquer outro astro com essa coloração. Esse efeito é acentuado pela poluição, pois mais partículas de poeira e gás estão no ar, aumentando a absorção. Conforme a Lua se eleva, a absorção é menor, e, com isso, a vemos mais branca.
Agora vamos para a segunda parte desta pergunta. A idéia de que a Lua é maior quando está próxima do horizonte é bastante antiga. Chineses e gregos já mencionavam esse fato mais de três séculos antes de Cristo. E não é só a Lua: qualquer objeto extenso no céu e perto do horizonte, como uma constelação, também parece maior.
Apesar de muitos perceberem esse efeito, a Lua não fica maior no horizonte! O que acontece é uma ilusão de óptica! Qualquer um pode comprovar isso fotografando a Lua quando ela está no horizonte e quando ela está alta, e comparando os tamanhos. Na verdade, no horizonte ela fica menor, pois está mais afastada, porém nada que conseguíssemos perceber a olho nu. O que é mais incrível é que, no meio científico, ainda não há um consenso sobre o que causa essa ilusão.
Uma explicação bem aceita fala da questão da referência. Ao observarmos a Lua no horizonte, geralmente a comparamos com objetos familiares, como casas, árvores e montanhas, o que dá a impressão de ela ser maior do que quando a observamos bem alta e sozinha no céu. O problema dessa explicação é que a ilusão permanece mesmo quando vemos a Lua no horizonte sem nenhuma referência, como no oceano, o que prova que ela não está completa.
Outras hipóteses consideram a ilusão uma questão fisiológica e tentam explicar por que nosso cérebro se comporta desse jeito. Quais os motivos dessa percepção enganosa? O mistério persistirá até compreendermos melhor como o nosso cérebro funciona e como se desenvolve a nossa percepção óptica.
Wailã de Souza Cruz
Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro