A forma ideal para o descarte de pilhas e baterias usadas é depositá-las em pontos específicos de coleta seletiva, que as encaminham aos fabricantes ou a empresas especializadas em reciclagem, dando assim uma destinação final ambientalmente adequada.
Enquanto a coleta específica não se torna uma realidade no país, o mais sensato é que o consumidor entregue esses produtos a organismos que adotaram campanhas de recolhimento, como, por exemplo, a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), no Rio de Janeiro, e uma rede bancária que implantou um sistema de coleta em suas agências. O material assim recolhido vai para aterros industriais, destinados a materiais perigosos ao ambiente.
O descarte de pilhas no lixo doméstico é um fato extremamente grave e, com o passar do tempo, ocorre inevitavelmente a contaminação de plantas, solos e lençóis freáticos, devido à corrosão da blindagem da pilha (invólucro externo de aço) disposta em aterros ditos ‘controlados’ e lixões.
Pilhas e baterias precisam receber uma destinação especial, pois apresentam metais pesados tóxicos, como chumbo, cádmio, mercúrio, níquel, além do eletrólito (solução condutora de eletricidade), que é corrosivo. Esses metais pesados liberados no ambiente após a corrosão do produto usado têm a propriedade de bioacumulação por meio da cadeia alimentar, gerando efeitos tóxicos no organismo humano e de outros animais.
Hoje, graças a pressões políticas e a novas legislações ambientais que regulamentam a destinação de pilhas e baterias em diversos países do mundo, alguns fabricantes já recolhem os produtos usados. Há diferentes processos de reciclagem em escala comercial. Em um deles, os compostos voláteis tais como água, produtos orgânicos e mercúrio são separados da fração metálica, concentrados, tratados e levados a um destino final.
Uma boa medida para evitar a contaminação ambiental é o uso de produtos recarregáveis em substituição aos modelos de uso único, pois a geração de resíduos contendo metais pesados por unidade de tempo é muito menor (da ordem de 100 vezes menos). O problema é que o custo inicial dos produtos recarregáveis é elevado. Embora esse custo seja amortizado ao longo do tempo, grande parte da população não tem poder aquisitivo para comprá-los.
Júlio Carlos Afonso
Instituto de Química,
Universidade Federal do Rio de Janeiro