Os sensores eletrônicos embutidos nos modernos celulares proporcionam experimentos que podem mudar o paradigma do ensino da disciplina.
O celular está nas mãos de 85% das crianças e dos adolescentes entre 9 e 17 anos com acesso à internet tanto móvel quanto Wi-Fi, revelou pesquisa sobre a disponibilidade das tecnologias de informação e comunicação, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic) para a Unesco, em junho de 2016. Qual o impacto dessa nova tecnologia na educação? A primeira reação de escolas foi, meramente, proibir o uso dos celulares em sala de aula, mas esse quadro está mudando à medida que os professores percebem que podem utilizá-los para além de redes sociais e vídeos.
Quais são os sensores e como usá-los?
No caso específico da física, o celular pode se transformar em um laboratório portátil de experimentos de mecânica, óptica, termologia e de eletromagnetismo. Os sensores atualmente disponíveis nesses aparelhos – como acelerômetro, GPS, giroscópio, temperatura, pressão atmosférica, sensores de campo magnético, intensidade sonora e luminosidade – são capazes de medir grandezas físicas em intervalos de tempo da ordem de milissegundos.
Existem vários aplicativos gratuitos que leem os dados brutos desses sensores e os convertem em gráficos coloridos para os usuários, com destaque para o Androsensor e o recente phyphox(um acrônimo paraphysicalphoneexperiments). A vantagem do phyphox é permitir o acesso remoto aos dados por um dispositivo pareado (um notebook ou outro celular) ao celular enquanto o experimento está em andamento, possibilitando a visualização muito mais dinâmica e versátil desses dados, na forma de gráficos em tempo real.
Quais experimentos podem ser feitos?
Naturalmente, os professores ainda se sentem inseguros de utilizar os sensores e, principalmente, desconhecem como empregá-los adequadamente. Felizmente, tem havido uma explosão de artigos didáticos sobre a chamada smartphysics, isto é, uma linha de pesquisa em ensino que explora o uso dos sensores embutidos nos aparelhos de celulares que usam o sistema Android ou iOS da Apple.
Como exemplo, é possível citar os trabalhos que envolvem a aceleração da gravidade, a aceleração de elevador, escada rolante e drones,o pêndulo simples, o pêndulo físico, oscilador harmônicosimples e amortecido, rotações sobre um eixo fixo, momento angular, impulso, colisões unidimensionais, intensidade luminosa, difração, acústica, batimentos, efeito Doppler, pressão atmosférica e campo magnético.
Vejamos algumas montagens experimentais simples que podem utilizar os seguintes sensores: acelerômetro, giroscópio e luminosidade (luxímetro).