Risco climático para anfíbios do Pantanal

Departamento de Sistemática e Ecologia
Universidade Federal da Paraíba
Instituto de Biociências
Universidade Federal de Mato Grosso

Modelos computacionais sobre como as mudanças do clima afetarão a região apontam que até 80% das espécies dessa classe animal perderão parte de seu hábitat até 2100

Figura 1. Imagens aéreas da paisagem do Pantanal da Nhecolândia, evidenciando as salinas e as baias justapostas, no Mato Grosso do Sul

O mundo vive uma crise de biodiversidade sem precedentes. Espécies estão desaparecendo a uma velocidade alarmante, impulsionadas pela destruição de hábitats, poluição e mudanças climáticas. Para frear essa perda, a criação de áreas protegidas, como Unidades de Conservação e Terras Indígenas, é uma das estratégias mais eficazes para garantir refúgios seguros para a fauna e flora.

No entanto, muitas dessas áreas foram estabelecidas sem um conhecimento mais aprofundado sobre como a biodiversidade está distribuída, resultando em um planejamento inadequado. Além disso, essas áreas foram criadas sem considerar como o clima está mudando, comprometendo sua eficácia. 

Um dos grupos mais afetados por essa crise é o dos anfíbios, considerados verdadeiros ‘sensores ambientais’, devido à sua sensibilidade às mudanças no clima e na qualidade da água. Atualmente, mais de 40% das espécies de anfíbios estão ameaçadas de extinção, e muitas sequer estão nas áreas protegidas.

No Brasil, a bacia do Alto Paraguai, que abriga o Pantanal – maior planície alagável do mundo, reconhecida como patrimônio nacional e reserva da biosfera pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) – enfrenta ameaças crescentes, devido à expansão do agronegócio, ao desmatamento e às queimadas de grande escala, que saem do controle, como as que devastaram a região em 2020 e 2024. 

Localizada no centro da América do Sul, a bacia do Alto Paraguai abrange sobretudo os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, em sua porção brasileira, além de partes da Bolívia e do Paraguai, englobando não apenas o Pantanal, mas também as regiões serranas no seu entorno (figura 1).

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