Muito se falou sobre o incêndio que atingiu o Museu Nacional. O dia 2 de setembro de 2018 ficará para sempre marcado nas pessoas, em especial naquelas que atuam na área científica e cultural. De proporções absurdas, a tragédia transcendeu as fronteiras do país, causando uma comoção internacional como poucas antes vistas envolvendo uma instituição brasileira. Não é para menos: o Museu Nacional abrigava algo como 20 milhões de exemplares, representando as mais distintas áreas do saber.
Não temos, ainda, um inventário detalhado do que foi perdido, mas sabemos que foi muito. Um levantamento preliminar indica que quase metade das coleções teve perda total ou muito próximo disso. Em números absolutos, aproximadamente 80% de todo o acervo foi afetado e apenas uma pequena parte do material atingido tem chances de ser resgatada em condições razoáveis que permitam uma restauração.
Entre as maiores perdas estão as coleções etnográficas, que reuniam itens, inclusive, de tribos indígenas que já não existem mais. O material do Egito antigo, incluindo as múmias, também sofreu baixas muito grandes. A coleção de insetos praticamente acabou. Por outro lado, grande parte da coleção de meteoritos foi recuperada, incluindo o Angra dos Reis, que é muito importante para a compreensão da origem do universo. Fósseis, rochas e muito material arqueológico foram recuperados, as vezes praticamente intactos. Mesmo a ‘Luzia’, um crânio muito frágil de um dos primeiros habitantes da América do Sul, pôde ser resgatada e é passível de restauração quase completa.
Apesar da tristeza, o corpo social do Museu Nacional está virando a página. Logo de início, os servidores da instituição já falavam em reconstrução. O próprio resgate de peças soterradas nos escombros do palácio foi iniciado no dia seguinte ao incêndio, quando as chamas mal tinham sido dominadas e a operação de rescaldo encontrava-se em curso. Em alguns dias, surgiu a frase ‘O Museu vive!’, que norteou diversas iniciativas.
A Associação Amigos do Museu Nacional criou a conta SOS-Museu Nacional, que recebeu mais de R$ 390 mil até hoje, sendo quase R$ 280 mil doados por 3.075 pessoas físicas. O Ministério da Educação (MEC) aportou cerca de R$ 10 milhões para as obras emergenciais de contenção e escoramento do palácio, que foram finalizadas há pouco tempo. O MEC também repassou R$ 5 milhões para a Unesco, que ficou responsável por elaborar um anteprojeto das exposições e o projeto executivo da parte interna do palácio. Esse ministério também liberou R$ 908 mil para o projeto de restauração da fachada e dos telhados, que foi licitado em tempo recorde pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A empresa contratada iniciou os seus trabalhos e existe a expectativa de que as obras sejam iniciadas ainda este ano.
No campo da pesquisa, os seis programas de pós-graduação do Museu receberam um auxílio emergencial de R$ 2,5 milhões da Capes. Até a Faperj, com os seus conhecidos problemas, se sensibilizou com a situação Museu e concedeu para 72 pesquisadores da instituição uma bolsa mensal individual de R$ 3 mil – um alento para quem pensou que tudo havia sido perdido. As defesas de mestrado e doutorado dos mais de 500 alunos do Museu continuaram a ser realizadas.
O Governo da Alemanha aportou até o momento quase R$ 1 milhão, que foram empregados especialmente no resgate. A bancada federal do Rio de Janeiro apresentou uma emenda que destinou R$ 43 milhões para as obras de recuperação. Recentemente, foi assinado um protocolo de intenções envolvendo UFRJ, Unesco, BNDES e Fundação Vale para atuar na reconstrução do Museu. Há poucos dias, a Fundação Vale procurou a UFRJ e já se comprometeu com R$ 50 milhões.
Antes mesmo da tragédia, o BNDES havia assinado um acordo que previa a destinação de R$ 21 milhões para a renovação do Museu, que agora passarão a ser utilizados em sua reconstrução. Existem, ainda, dezenas de outras iniciativas, todas muito bem-vindas, que auxiliaram no estabelecimento de uma nova rotina de trabalho na instituição.
As iniciativas básicas e necessárias para a reconstrução do Museu Nacional já estão a pleno vapor. O otimismo é tão grande que existe uma meta: a de reabrir parte do palácio para as comemorações do bicentenário da independência do Brasil, em 2022. Seria um grande presente à nação, em especial se for levado em conta que a independência do país literalmente ‘nasceu’ naquele palácio, por intermédio da imperatriz Leopoldina e seu esposo, D. Pedro I.
Uma coisa está certa: o Museu, apesar do seu luto, virou a página e está procurando parcerias para voltar, de forma plena e modernizada, a atuar nos mais diferentes aspectos para o benefício da sociedade.
Alexander W. A. Kellner
Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Academia Brasileira de Ciências
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