No vale tudo das crenças populares, só não se pode trocar o cardápio da ceia de Natal com a do Ano Novo. Mas por quê?
No vale tudo das crenças populares, só não se pode trocar o cardápio da ceia de Natal com a do Ano Novo. Mas por quê?
CRÉDITO: IMAGEM ADOBE STOCK
No dicionário Aulete da Língua Portuguesa encontramos os seguintes significados para a palavra ‘superstição’: “crença não fundamentada que leva em conta ideias místicas, presságios retirados de acontecimentos recorrentes ou coincidentes; crendices; atribuição do poder de atrair a sorte ou azar que tem alguns objetos e atos”. Acrescentaria ainda: “atribuir poder de atrair sorte ou azar a alguns animais ou pessoas”.
Na minha casa, essa palavra era muito usada. Passei parte da minha infância ouvindo minha mãe dizer: “isso é superstição”. Mas, diferentemente dos dicionários, minha mãe sempre acreditou em superstições, mesmo sabendo que era somente uma superstição. Lá em casa, como em muitas casas, imagino, não se deixava chinelo virado para baixo: “a mãe morre!”. Roupa pelo avesso fazia a pessoa ficar preguiçosa. Ouvir o canto de um bem-te-vi era aviso de morte de gente conhecida. E pior do que o bem-te-vi era o gavião-cova, esse, quando cantava, anunciava que alguém da casa iria morrer. Nunca vi, nem ouvi um gavião-cova. Ainda bem.
Dentre essas e outras crendices, que eu não estou aqui para julgar, estão as do final de ano. Aprendi que na passagem de 31 de dezembro para o dia 1º de janeiro, devemos colocar roupa nova – essa era a minha superstição favorita, porque era a única época do ano em que eu ganhava uma roupa nova. E era comum as pessoas se molharem com a primeira chuva do ano, porque trazia sorte.
Resistem ainda as superstições com comidas: mastigar os caroços de três uvas à meia-noite do dia 31 e comer lentilhas atrai prosperidade. Dessas iguarias nunca provei na minha infância, mas rabanada não podia faltar! Só nunca soube de superstição com rabanadas, porque, se houvesse, eu as comeria durante todo o ano. Afinal, é o que se tem de mais gostoso no Natal.
Ainda na linha das comidas, revelo aquela que, para mim, é a mais engraçada das superstições e da qual não abro mão: comer ave no Natal e porco no Ano Novo. E não pode trocar, sabe por quê? No Natal, precisamos comer tudo que cisca para trás, para deixar as coisas ruins no ano velho; e, na noite do dia 31, temos de comer o porco, porque ele fuça pra frente. Por via das dúvidas, aqui em casa, nem na geladeira eu deixo carne de galinha no dia 31 – vai que minha vida dá pra trás! Às vezes, mas só às vezes, eu me pergunto: e quando a pessoa é vegetariana? E quando a pessoa não come carne de porco, como faz? Rapidamente eu espano o pensamento para não colocar em xeque a seriedade dessa superstição.
É claro que tudo isso nada têm de científico, mas, cá entre nós, são crenças deliciosas e constitutivas da nossa cultura. São divertidas e nos fazem felizes e esperançosos. E como minha mãe dizia: “o melhor da festa é esperar por ela”.
É claro que tudo isso nada têm de científico, mas, cá entre nós, são crenças deliciosas e constitutivas da nossa cultura. São divertidas e nos fazem felizes e esperançosos. E como minha mãe dizia: “o melhor da festa é esperar por ela”.
Agora responda bem discretamente: você arriscaria colocar a ave do Natal na ceia do Ano Novo? Pense bem!
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