Luta pelo respeito à singularidade na universidade

Faculdade de Educação
Universidade Federal do Rio de Janeiro

Historiadora, bailarina, mãe, superdotada: Giovana Xavier aposta em histórias de ontem e de hoje na busca por uma formação científica diversa e uma comunidade acadêmica mais inclusiva

CRÉDITO: FOTO: ACERVO PESSOAL

A carreira acadêmica não se resume a ensino, pesquisa e extensão. Atualmente ocupo espaço em dois órgãos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Coordenação de Estágio da Faculdade de Educação e um projeto muito bonito, na mesma faculdade, que é a Coordenação de Permanência, Acesso e Inclusão da Diversidade. Fazemos atendimentos personalizados e desenvolvemos projetos e protocolos de políticas acadêmicas relacionadas às diversidades que nos constituem. Isso inclui o público de educação especial, comunidades LGBTQIAP+, negra, indígena, entre outros. O desafio é pensar como garantir o respeito à singularidade de cada um numa universidade gigante.

Temos um processo em andamento de uma aluna que pediu afastamento para fazer a iniciação de santo no candomblé, já que teria que ficar 21 dias recolhida no terreiro. A mãe de santo escreveu uma carta de próprio punho, explicando com todo o cuidado e beleza como é o processo. Alunos de outras religiões também trazem suas demandas. É importante porque o que somos na vida precisa ser integrado à experiência acadêmica. Temos alunes trans, homens e mulheres. Alunes neurodivergentes, como um que nos pediu que houvesse um lugar na universidade para que ele se acalmasse em meio a uma crise de ansiedade sem ter de voltar para casa e perder aula. Isso também é fazer ciência, porque a qualidade e a relevância da ciência produzida para fora da universidade tem a ver com como as pessoas sentem-se pertencentes à comunidade acadêmica. 

Tem sido um grande aprendizado. Até porque fui identificada recentemente com superdotação, TDAH e dispraxia, que é um transtorno da coordenação motora. Aos 45 anos, vivo essa revolução que é me entender como mulher negra, superdotada, PCD, mãe e bailarina clássica, minha segunda carreira. Tudo isso se integra ao meu trabalho acadêmico de explorar as conexões entre corpo, mente, maternidade e ancestralidade.

Aos 45 anos, vivo essa revolução que é me entender como mulher negra, superdotada, PCD, mãe e bailarina clássica, minha segunda carreira. Tudo isso se integra ao meu trabalho acadêmico

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