O sucesso dos tablets consolidou de vez a tecnologia touch. Mas os deficientes visuais, que já estavam acostumados com uma leitura feita pela ponta dos dedos, não podem desfrutar do equipamento porque, ao contrário das máquinas de escrever em braile, a tela não tem relevos que indiquem a posição das teclas.
Pensando nessa situação, estudantes da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, desenvolveram um aplicativo que torna possível a escrita em braile em telas touch de tablets e celulares pelos cegos.
O aplicativo faz com que o teclado não tenha lugar fixo, mas varie com a posição dos dedos de quem escreve. Quando o usuário encosta no LCD os oito dedos que se usam para digitar em braile, o equipamento reconhece a posição de cada dedo como a localização das teclas.
As teclas são organizadas do mesmo modo que em uma máquina de escrever em braile: seis de caracteres, uma para apagar e outra para pular linha. Para que o usuário não se perca, o programa dita o que está sendo escrito.
“Nós usamos a tecnologia touchscreen ao contrário”, diz o estudante de engenharia Sohan Dharmarahja, idealizador do aplicativo. “Em vez de usarmos dedos que encontram os botões, nós construímos botões que encontram os dedos.”
O aplicativo, que ainda está em fase de ajustes, também terá versões com teclas numéricas e de símbolos químicos e matemáticos e deve ser lançado para o público ainda este ano.
Confira um vídeo do aplicativo em funcionamento
Sofia Moutinho
Ciência Hoje/ RJ