Programa de Pós-Graduação em Zoologia - PPGZOOL
Universidade Federal do Amazonas
Programa de Coleções Científicas Biológicas
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

CRÉDITO: WIKIMEDIA COMMONS

Quando pensamos nas rápidas mudanças ambientais atuais, como o aquecimento global ou o desmatamento, é comum nos preocuparmos com as espécies que podem não conseguir acompanhar esse ritmo de mudanças e, eventualmente, serem extintas. No entanto, a natureza tem suas próprias estratégias de sobrevivência, e uma delas é o chamado resgate evolutivo.

O resgate evolutivo é o processo pelo qual uma espécie evita naturalmente a extinção ao se ajustar rapidamente às novas condições ambientais. Isso acontece  quando dentro de uma espécie existem variações genéticas previamente selecionadas que conferem a alguns indivíduos características vantajosas para sobreviver em um ambiente em mudança. Por exemplo, algumas populações podem ter maior tolerância a climas locais mais secos e quentes. O processo é bem-sucedido se essas características benéficas conseguirem se propagar amplamente pela distribuição geográfica da espécie.

Esse processo depende de vários fatores: da presença de variação genética nas populações da espécie (como pré-adaptações ao clima local), da capacidade dos indivíduos de se dispersarem para novas áreas e da velocidade com que o ambiente está mudando. Se as mudanças forem muito abruptas ou se o habitat estiver fragmentado, como acontece com o desmatamento, as chances de um resgate evolutivo bem-sucedido diminuem.

Recentemente, as chances desse processo ocorrer naturalmente foram investigadas para uma espécie de lagarto amazônico, região na qual, devido às mudanças climáticas, indivíduos de muitas populações podem não tolerar os climas extremos futuros. Porém, em algumas populações existem variações genéticas que possivelmente permitirão aos indivíduos sobreviverem em condições similares às preditas para o futuro. Essa variação poderia se espalhar geograficamente por meio de dispersão dos indivíduos, evitando a extinção, mas apenas se o desmatamento não for extremo, já que a espécie depende da presença da floresta.

Ao proteger habitats e manter a conectividade entre eles, aumentamos a chance de as espécies se adaptarem às mudanças ambientais. Assim, promovemos não apenas a sobrevivência das espécies, mas também a saúde e o equilíbrio dos ecossistemas dos quais dependemos.

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