Entretanto, o termo ciência cidadã só passou a ser empregado na literatura científica internacional a partir de meados da década de 1990, após as publicações do sociólogo britânico Alan Irwin e do biólogo norte-americano, especialista em aves, Rick Bonney. O primeiro definiu ciência cidadã como um processo de empoderamento social, no qual cidadãos, a partir de um conhecimento sobre conceitos científicos e sobre como a ciência é produzida, poderiam repensar atitudes e comportamentos, bem como demandar soluções do poder público e de tomadores de decisão.
Já Bonney definiu ciência cidadã como um procedimento de coleta de dados por cidadãos voluntários, e envio desses dados para cientistas, estes últimos responsáveis por analisá-los e publicá-los. Desde então, entende-se a ciência cidadã como um processo amplo, que engloba diferentes possibilidades de engajamento público em ciência.
Independentemente do tipo de ciência cidadã considerada, tem ocorrido uma enorme popularização de iniciativas, projetos e publicações que se utilizam desse conceito. Para se ter uma ideia sobre essa tendência, ao realizar pesquisa pelo Google Acadêmico (plataforma de busca por produções científicas) contemplando apenas estudos publicados em 2023, o termo ‘Citizen Science’ aparece no título de mais de 1.200 obras. Isso mesmo, só no ano passado, foram publicados mais de mil artigos científicos, em língua inglesa, sobre ciência cidadã no mundo todo.