Fios e desafios para sobrevivência

Núcleo de Extensão e Pesquisa em Ecologia e Evolução (NEPEE)
Departamento de Ciências Agrárias e Naturais
Universidade do Estado de Minas Gerais
Laboratório de Aracnologia (LARA)
Instituto de Biologia
Universidade Federal de Uberlândia

Ao longo da história evolutiva, as aranhas desenvolveram armadilhas dinâmicas – as conhecidas teias –, que são capazes de capturar grande diversidade de presas, assim como de protegê-las de seus predadores. Seja agindo de forma cooperativa, seja de modo solitário, elas tecem tramas ardilosas, compostas por seda e comportamentos complexos, que as colocaram entre os grupos de predadores terrestres mais importantes da natureza.

CRÉDITO: ADOBE STOCK

As aranhas são animais que fascinam ecólogos comportamentais pela grande diversidade de espécies e de estratégias que evoluíram para capturar diversos tipos de presas. No Catálogo mundial de aranhas, o número de espécies aceitas é continuamente atualizado. Em 1° de junho deste ano, estavam listadas 51.127 espécies, distribuídas em 4.318 gêneros e 132 famílias. Esse número impressionante é, por exemplo, quase 10 vezes maior que o número de mamíferos conhecidos e não muito menor que o número de espécies de vertebrados descritas até o momento (cerca de 66 mil). 

Além da grande diversidade, a distribuição e abundância do grupo também são dignas de nota. Elas são encontradas em quase todo o planeta, estando ausentes apenas na Antártida e no Ártico. Apresentam uma densidade média mundial estimada em 131 indivíduos por m2, mas, sob condições favoráveis, podem chegar a mais de 1.000 indivíduos por m2 em alguns locais.

Estima-se que a biomassa de presas consumidas anualmente por todas as aranhas do planeta varie de 400 a 800 milhões de toneladas. Esse valor supera os cerca de 400 milhões de toneladas de proteína animal consumidos anualmente por todos os indivíduos da nossa espécie. 

Tais dados mostram que as aranhas estão entre os principais predadores do ambiente terrestre e que, certamente, têm o importante papel ecológico de controlar as populações de suas presas mais comuns, os insetos. São, por exemplo, os predadores naturais mais significativos das espécies mais letais para nós: os mosquitos. De acordo com o portal Science Alert, os mosquitos que transmitem doenças, como dengue, zika, chicungunha, malária e febre amarela, causam em torno de 750 mil óbitos de pessoas por ano no mundo. Isso ressalta a importância ecológica das aranhas para nossa saúde.

As aranhas estão entre os principais predadores do ambiente terrestre e, certamente, têm o importante papel ecológico de controlar as populações de suas presas mais comuns, os insetos

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