De todos os países, o Brasil é onde encontramos o maior número de espécies de animais, plantas e microrganismos. Essa grande biodiversidade está relacionada aos diferentes tipos de ambientes naturais encontrados ao longo de todo o nosso território, como as florestas tropicais úmidas e secas, as savanas, os campos naturais e as áreas úmidas e inundáveis.
Entretanto, o aumento das atividades humanas nas últimas décadas – principalmente, desmatamento e queimadas para expansão da agricultura, pecuária e áreas urbanas – tem ameaçado boa parte da biodiversidade brasileira. Como resultado, 40% do total das áreas naturais do Brasil já foram perdidas. Apesar de as ações humanas modernas causarem um impacto negativo muito forte sobre a natureza, sabemos que nem sempre essa relação foi assim.
Muito antes da colonização europeia, há pelo menos 3.500 anos, o Brasil já era ocupado por centenas de sociedades indígenas que utilizavam os recursos naturais em atividades de caça, pesca, extrativismo e agricultura, sem causar impactos significativos na biodiversidade local. Vale ressaltar a colossal diferença entre os impactos sobre o meio causados por atividades de exploração em larga escala para fins econômicos e os provocados por atividades extrativistas realizadas por comunidades autóctones para autossuficiência.
De fato, embora os humanos e a biodiversidade estejam coexistindo há tempos, é a partir do início do século 16, com a chegada da frota portuguesa liderada por Pedro Álvares Cabral, que a história e a ecologia do Brasil começam a ser documentadas.