Hidrelétricas na Amazônia: como reduzir o impacto?

Departamento de Ciências Biológicas
Universidade Federal de Juiz de Fora

Cientistas de diversas áreas do conhecimento e diferentes nacionalidades desenvolveram um algoritmo capaz de identificar as barragens que poderiam gerar eletricidade de forma mais vantajosa, causando o menor dano possível na região

CRÉDITO: FOTO VISTA AÉREA DA FLORESTA AMAZÔNICA / ADOBE STOCK

As usinas hidrelétricas representam um marco na história da geração de energia e são vitais para o desenvolvimento sustentável de muitas nações. Quando olhamos para o futuro, as previsões indicam um aumento na construção de barragens hidrelétricas em todo o mundo. Hoje, no Brasil, aproximadamente 64% da energia que utilizamos provêm de fontes hidrelétricas que se distribuem por todo o território, inclusive na Amazônia, onde existe um enorme potencial para expansão da hidreletricidade. Entretanto, apesar de serem fontes renováveis de energia, elas produzem impactos sociais e ambientais. 

A Amazônia conta com uma profusão de rios volumosos e um constante fluxo de água, o que lhe confere um grande potencial hidrelétrico e coloca a região como destaque no planejamento de construção de barragens. Planejam-se implantar mais de 350 grandes reservatórios na Amazônia, e lidar com o impacto da expansão das hidrelétricas é um desafio complexo, mas crucial, para equilibrar o desenvolvimento energético com a preservação do bioma amazônico. 

Pensando nisso, um grupo de pesquisadores de várias nacionalidades, especialistas na sustentabilidade da Amazônia, estudaram os impactos ambientais da construção de hidrelétricas na Amazônia. Ecólogos, hidrólogos, cientistas sociais e cientistas da computação e inteligência artificial se reuniram para pensar em uma solução para esse problema complexo: como produzir mais energia com menor impacto ambiental na região.

É necessário um esforço conjunto fora da escala geopolítica para reduzir os impactos gerados pela hidreletricidade na Amazônia. A escolha do melhor portfólio de hidrelétricas que possibilita a expansão da produção de energia deve atender a um planejamento estratégico. É totalmente possível gerar mais energia no bioma amazônico com menor impacto na sociedade, na biodiversidade, no transporte de sedimentos, na conectividade dos rios e com redução das emissões de gases do efeito estufa – parece estranho, mas as hidrelétricas podem ser fontes significativas de gases de efeito estufa para a atmosfera. 

Se não houver planejamento estratégico na escolha dos reservatórios, haverá certamente aumento dos impactos no bioma como um todo. O estudo multidisciplinar mostrou que a falta de planejamento na escolha dos reservatórios já existentes levou à perda de benefícios das 158 hidrelétricas que foram construídas sem levar em conta os efeitos negativos acumulativos.

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